devolva o neruda que você me tomou e nunca leu

parece que o negócio é juntar pequenas notas avulsas mesmo. atrasadas, as de hoje falam de leituras desarrumadas no ano descompassado que foi 2021. por aqui foram poucos os momentos em que algum som conseguiu fazer o tempo cantar junto direito. mas existe o respiro. e eu gostaria de dizer, sem tanto motivo, que ele também se transfigura num dueto que se encontra perfeitamente na maioria das circunstâncias. alcione e emílio santiago. como os dois se organizavam não sei explicar, mas falo deles porque fazem acontecer, como ninguém, a magia dos símbolos, conduzindo ao que a letra da música quer mostrar. em trocando em miúdos, por exemplo, é desse jeito. 

é engraçado como o que tá por perto consegue absorver ou dialogar com o que se passa na nossa vida. qualquer coisa vira representação com rapidez. e, aqui, no caso do neruda, a gente precisa considerar também a entidade.

fica ali, naquele objeto, tudo o que foi, tudo o que ainda é, dentro de um intervalo. o movimento e o sossego. o livro, o poeta, que representa qualquer outra coisa que vai além da literatura ou qualquer coisa que está ao alcance dela. quase tudo? é um bom exercício o de aproximar os livros de momentos. fico com o livro. o resto é seu. o que é esse resto, hein? penso que, principalmente nesses dias, se me tirassem a possibilidade de lidar com todas as outras histórias...o que mais eu teria? 

como de costume, não é bem explicação, é mais um contexto. pra tentar lembrar. 

"se transformou num tipo de guia, um álbum de fotos literárias, de quem eu pude ser, do que as leituras fizeram de mim. basicamente um mapa dos meus dias. é como consigo resgatar memórias de horas tão ansiosas, ainda que essas memórias, com certeza, não sejam confiáveis."

antes eu não via a necessidade de guardar, mas agora preciso ter pelo menos uns rabiscos comigo. às vezes servem pra que eu me lembre das circunstâncias, de quem eu era, de quem eu queria ser, de que forma eu me sustentava, pra eu lembrar dos meus pensamentos, dos detalhes dos dias, do que eu conseguia enxergar, das minhas referências mais próximas naquela hora. pra me acompanhar.

vim só juntar alguns pedaços antigos com outros, novos. tudo meio distorcido.

pude contar com essas histórias:

queda de gigantes, ken follet: foi uma leitura que eu trouxe de 2020. não acontece pouco que eu tenha que me explicar pra mim mesma. o que eu quis dizer com "enfim, a hipocrisia" nunca mais vou saber. mas no que diz respeito a histórias que falam da europa...não é tão difícil assim encontrar alguma resposta que faça sentido. mais um livro de nandinha. quase mil páginas pra comprovar a nossa sintonia literária.  

os filhos de asher, isabor quintiere: lembro desse conto com muito carinho. geralmente escrevo um pouquinho sobre o que li pra servir de gatilho lá na frente e muitas vezes não funciona. e eu tenho que lidar isso e me prender ao que ficou marcado. às vezes é uma sensação, uma ideia. sei que as imagens que isabor consegue fazer o leitor enxergar são emocionantes. foi uma história, um jeito de escrever que me trouxeram pra esse mundo quando eu não sabia como voltar. lia um pouco antes de dormir e ficava com a impressão de uma história grande no peito. e é o que é! conseguir fazer com que um trabalho cuidadoso chegue às pessoas com cara de quem apenas nasceu pra ser não deve ser fácil. 

bloodchild, octavia butler: caramba! foi muito legal ler bloodchild. ainda mais que eu pude indicar o conto e juntar o que sobrou de miolo com as impressões de um colega. li em inglês de enxerida, só pra me reencontrar com a escrita de octavia butler. e, sabe?, me sinto daquele jeito...quando você vê alguém fazendo alguma coisa que ama fazer, que precisa fazer e faz com maestria. e aí você pensa: se eu fizesse isso, queria ser como ela. é assim. dá pra se espantar todas as vezes. 

kindred, octavia butler: seu poder de reflexão me deixa admirada. só consigo me aproximar respeitosamente enquanto ela mostra os motivos de estar escrevendo. chega e sabe como contar a história. pelo amor de deus, cara. eu tenho medo de dizer qualquer coisa e reduzir qualquer coisa que seja o tamanho desse livro. fazer como octavia butler faz, dizer como ela diz...a verdade...não é à toa. transforma tudo em todo canto. 

"Às vezes, eu escrevia coisas porque não conseguia dizê-las, não conseguia entender meus sentimentos em relação a elas, não conseguia mantê-las presas dentro de mim. Era um tipo de escrita que eu sempre destruía depois. Não era para ninguém. "

a hora da estrela, clarice lispector: a verdade é que eu só li esse livro porque uma pessoa me convidou pra ler com ela. esse ano reparei que, com frequência, esbarro com gente que quer aprender português pra ler clarice lispector ou ler alguma coisa dela pra confirmar que tem o domínio da língua. mas sobre a leitura, parece que fui abandonada. não tive mais notícias. nunca mais. de toda forma, foi uma releitura que me deixou ainda mais indignada. gosto muito. e também não gosto. 


a cor humana, isabor quintiere: eu queria ter esse livro comigo aqui, agora. de primeira, quando lembro d'a cor humana, fico me perguntando como uma mirabolância de sentidos tão grande coube em 64 páginas. tive experiências muito legais. isabor é uma escritora que alimenta bem o olhar do leitor. a vida que vejo em cada árvore do meu caminho é sempre outra agora. 

o ano do macaco, patti smith: foi aquilo. aquilo tudo.


la casa de los espíritus, isabel allende: olha, eu queria confiar mais na ilusão de que tudo o que me tocou enquanto eu lia esse livro ia ficar comigo. na ilusão de que não preciso documentar por escrito num espaço físico (?) as importâncias. tudo bem deixar passar. mas às vezes não. então, melhor fazer um esboço do que foi, antes que eu esqueça da sensação maravilhosa que a leitura em espanhol me causa heheh isso dito desconsiderando, na cara de pau, como essa senhora conseguiu desdobrar tantas conexões de um jeito que me deixou sem ar inúmeras vezes. sem pensar demais: expressões, indicações de futuro, ciclos, simultaneidades, novas noções, o tom certeiro, a crueza, as existências. esse tempo doido em que leio coisas duras. 


"Escribo, ella escribió, que la memoria es frágil y el transcurso de una vida es muy breve y sucede todo tan deprisa, que no alcanzamos a ver la relación entre los acontecimientos, no podemos medir la consecuencia de los actos, creemos en la ficción del tiempo, en el presente, el pasado y el futuro, pero puede ser también que todo ocurre simultáneamente, como decían las tres hermanas Mora, que eran capaces de ver en el espacio los espíritus de todas las épocas. Por eso mi abuela Clara escribía en sus cuadernos, para ver las cosas en su dimensión real y para burlar a la mala memoria."


as coisas que perdemos no fogo, mariana enríquez: eu subestimei minha capacidade de sentir medo com literatura de terror. não que eu não soubesse que sentiria medo. mas desse jeito...logo no primeiro conto, nas primeiras páginas, a descrição de uma situação faz com que Lala, personagem de o menino sujo, solte um grito! não sei porque, mas tive a sensação de que essa parte me dizia tudo de como seria minha experiência com o livro. pablito clavó un clavito me deixou apavorada. isso pra falar de um terror escancarado. não tem como escolher um conto favorito, até porque mariana enríquez parece ter um repertório pra explorar o gênero conto que não acaba mais. parece que fui iniciada nesse mundo e acho que gostei. 

sérgio y. vai à américa, alexandre vidal porto: onde foi mesmo que eu vi alguém dizendo que, ultimamente, ler era o único jeito de sair desse lugar? não tá funcionando. e ainda perdi o rascunho do que pensei enquanto lia esse livro. não foi um leitura tranquila. mas sei que a culpa é toda da leitora. concordo com o 'presente em todas as resenhas' arsênio: a narrativa corre. e eu, sem querer, corri mais rápido. ainda tentando entender que forma a honestidade do narrador toma aqui...esse vai direto na experiência que revela e retoma.

o peso do pássaro morto, aline bei: lembro de pegar esse livro quando não aguentava mais inventar história sozinha. foi um caminho meio dado por gente com quem esbarro na internet. acho que gosto do jeito de aline bei de contar história. parece que imprime aquilo em você. fica até difícil tentar processar o que aconteceu. tudo real. o que são os cachorros pretos nos livros de 2021?

meu ano de descanso e relaxamento, ottessa moshfegh: nesse eu me esforcei pra entender. não entender o que o livro quer dizer ou qual o propósito universal da história. mas pra definir a imagem que ficou. do que percebi como intencional ou aquilo que pretende forçar algum tipo de reação específica. fiquei um pouco perdida. mas isso também é porque tenho lido de um jeito caótico demais. principalmente quando leio pelo celular. me incomoda. e eu tava decidida a não ler nada sobre o que outras pessoas pensaram de suas leituras. não resisti. mas não demorei muito. e nem ajudou. na verdade eu já tinha algumas impressões independentes, que não esqueci. do livro não sei dizer se gostei ou não. mas sei que gostei de algumas coisas nele. algumas imagens que a autora criou. o absurdo das situações e falas e pensamentos. e como isso tá concentrado na psiquiatra. que loucura as descrições dos medicamentos :o já as referências não funcionaram pra mim. o que não acontece muito. vai mesmo ter o filme? achei engraçado o contraste desse livro com os contos de história da sua vida.


só por hoje e para sempre, renato russo: é, não lembro há quanto tempo peguei esse livro emprestado de tia paula. pela segunda vez. não lembro quando comecei a reler. também não lembro muito bem da sensação que tive ao ler esse livro pela primeira vez, pra poder comparar. tenho uma impressão de que eu senti vontade de chorar, e chorei, várias vezes, há alguns anos. sei que eu tinha duas memórias muito fortes, uma mais que a outra. a primeira é a de renato falando de uma situação em que ele se sentiu inadequado (eu odeio, de verdade, o que aconteceu/e não é surpresa que isso tenha me marcado tanto). a outra é dele falando de fantasiar algumas situações com dado. parece que agora, além de entender melhor como renato se colocou ali, eu senti mais raiva. pode até ter a ver com as questões com o filho dele. publicações, direitos, essas coisas. mas eu gosto demais da honestidade de renato, de como ele se expõe sem pretensões mirabolantes de criar um personagem, num contexto de tanta vulnerabilidade. dizem que ele queria que tudo isso fosse publicado. eu não sei se queria que alguém lesse o meu diário depois que eu já não tivesse aqui (e nem agora, na verdade kkkk). por causa do risco de interpretações erradas (e às vezes certas também). acho injusto, porque sabemos como as pessoas reagem. escrever pra você e tal...é uma viagem. que muitas vezes não revela coisas "boas". gosto demais desse cara e mesmo sentindo que eu tava ultrapassando um limite, que não sei qual, fico feliz por ter essa chance de me aproximar dele. e fico com a impressão de que me expresso de um jeito parecido. 



história da sua vida e outros contos, ted chiang: gostei pra caramba de ler esse livro. depois de um momento de confusão no processamento do que tava acontecendo (momentos afobados de leitura), li setenta e duas letras. que viagem! em fevereiro comecei a ler bestiario. sempre gostei muito de julio cortázar. ele é um dos escritores que fazem com que eu perceba como me abro naturalmente pras narrativas. (o que não significa que eu não tenha critérios). e desde de abril eu já recomecei e parei na metade de cefalea uma quantidade de vezes considerável. mais de 5, provavelmente. cefalea é o 5º conto de bestiario. não olho pra ele há alguns meses. aí, agora, parei em setenta e duas letras, 5º conto de história da sua vida. não é possível. claro que tem um motivo mais sem graça e chato pra isso. ler com pressa uma coisa que uma cabeça bagunçada, ainda que ávida por histórias escritas, torna ainda mais alucinante, por exemplo. esse ano, além de alguns contos avulsos, li 2 livros de contos. fiquei curiosa e fui olhar quais eram os contos número 5 de cada um. entrega (uma pancada rápida), no a cor humana, de isabor quintiere. e pablito clavó un clavito: uma evocação do baixinho orelhudo (eu morro de medo dessa história/só de mencionar o nome aqui), no as coisas que perdemos no fogo, de mariana enriquez. é. não sei se faz sentido. 


quando terminei de ler o último conto hoje à tarde, elaborei um relatório na minha cabeça que descrevia certinho como me senti em relação à conclusão do livro naquele momento. mas já esqueci os detalhes. sei que tinha a ver com eu ficar um pouco incomodada com o fato de saber que as histórias queriam dizer mais do que eu podia entender/pensar na hora. mas, paciência!, leitura também é momento. e nem sei se existe isso de certo e errado. ah, gostei muito das notas sobre os contos. não me pareceu uma justificativa ou uma tentativa de controlar a relação dos leitores com a história. [esse livro começou a aparecer pra mim com frequência, dentro do contexto do filme baseado em um dos contos. vi um vídeo de rita zerbinatti (depois de um tempão que não via um) e ela falava de outro livro de ted chiang e dizia como também tinha gostado desse. pronto. foi isso que me fez ir atrás de ler essa coletânea.] o comentário sobre o inferno é a ausência de deus me fez pensar nas conexões de que falei antes. ele ter mencionado jó. lembrei do conto the book of martha, de octavia butler, que eu também li esse ano. quando deus diz pra ela ter a história de três personagens bíblicos em mente e uma delas é a de jó. ela também fala de jó em kindred. me chamou atenção, porque, entre tantos outros, foi um ponto que me marcou nessas histórias. e ver essa mesma referência ser usada de outra forma foi muito legal.

também achei muito legal ele escrever um conto usando a estrutura de um documentário. gosto de como ele varia (estilo, estrutura, perspectivas.....) de conto pra conto.

notas sobre o luto, chimamanda ngozie: eu terminei de ler esse livro no mesmo dia em que coloquei ele aqui como uma leitura em andamento. mas desaprendi a andar com leituras. só dá pra correr, total sem jeito. e não tem jeito que preste mesmo pra (conhecer) tudo o que ela diz aqui. um bocado de coisa eu entendi, tinha pensado num monte delas antes, mas se eu pudesse escolher: queria esse lugar não. a gente precisou fazer um podcast e eu, parece que querendo entender, disse "sei lá, a gente podia fazer sobre o luto". e me arrependi logo depois. chimamanda é MUITO corajosa! sinto muito. por tudo.

os sete maridos de evelyn hugo, taylor jenkins reid: minha irmã me deu evelyn hugo de presente de natal. depois de eu dizer algumas vezes que achava que ela gostaria desse livro (ela perguntava o que ler e eu dava a minha resposta/baseada na quantidade de vezes que tinha escutado outras pessoas falando dessa história). eu não esperava. como também não esperava sentir uma vontade sincera (levei um susto) de ver 'tudo por nós' quando cheguei no finzinho da leitura. gostei de perceber que, apesar de tudo, cheguei na primeira página sem saber o que esperar. não tinha criado nenhuma expectativa. nenhuma ideia a respeito dessa mulher. que me convenceu mais que qualquer outra pessoa nessa história. fazia tempo que eu não aproveitava, de verdade, um livro. que sensação boa. 

o estrangeiro, albert camus: fico até meio assim com o egocentrismo a seguir. porque foi assim, lendo esse livro, que agradeci por não me obrigar a me sentir do mesmo jeito que o outro se sente. em relação a qualquer coisa. esses últimos livros tão me fazendo entender que a opinião de outra pessoa não afeta (não de um jeito que dê pra delimitar direito) em como vou me encontrar com as histórias. isso pode ser coisa de gente dispersa. bom. o estrangeiro era uma leitura corrente quando tive alguns pensamentos relacionados a como tendo a reagir ao mundo, dentro de certos aspectos. respeito e coloco num lugar muito protegido (até demais às vezes) o que crio de anotação sobre minhas conversas com qualquer coisa. há uns meses vi um ep. de six feet under. o assunto dessa cena era o livro de brenda. claire tinha lido o livro. e brenda diz que a identificação de claire com tudo aquilo era forçada. eu meio que levei pra o lado pessoal na época. aí quando terminei essa tonelada disfarçada de livro curto fui ler a orelha. "Uma espécie de autobiografia de todo mundo." ?????? especialmente estranho. pois era isso, então? obrigada. adorei! nem consigo dizer. olha só esse primeiro parágrafo...........não dá! 


parece que eu só escrevo pra dizer que esqueci.  

Comentários

  1. fiquei com vontade de comentar várias coisas, pois você leu algumas coisas que eu queria ler ou que eu cheguei a ter contato. então... não se assuste ou se preocupe em responder tudo, haha.

    já de início, trocando em míudos, essa citação de neruda, cada canto especial, gosto de vir aqui e lembrar que gosto demais do que você escreve. acho que quando a gente guarda esses rabiscos acontece e desacontece tudo isso que você falou, ás vezes nem reconheço o que escrevi. ainda assim, parece preciso guardar. não sabia que 'a casa de asher' existia! que bom saber, os contos de isabor realmente parecem fazer parte de algo muito maior, foi um olhar que eu particularmente me afeiçoei e a árvore!!!! <3 ah, a octavia butler... li kindred lá em 2020 e foi um negócio que eu nem sei explicar, mas é como você disse. eu nunca li a 'hora da estrela', pois acho que não é o momento ainda, por enquanto gosto de clarice contista, bem especial pra mim!! quero muito conhecer a escrita de patti smith e sempre lembro de você quando penso nela, por causa de algum outro momento em que me emocionei com algo que você disse.

    isabel allende, mariana enríquez!!! que chique ler em espanhol, é algo pra se orgulhar mesmo haha é tão bonita. eu quase comecei a ler ela esses dias, mas ando lendo contos de duas autoras ao mesmo tempo, tenho medo de confundir as coisas se acrescentar. vou ler esse ano, ah se vou!! o mundo dos contos é um caminho sem volta pra mim. o peso do pássaro morto parece uma leitura assim, bem... acho que vem esse ano, eu quase comecei também. é muito sincero quando você diz que não lembra das coisas, enquanto eu luto muito pra parecer que lembro de tudo, você vem e diz que foi assim e o mundo não vai acabar. e até tão mais autêntico?? é tão mais sobre a experiência do que o livro em si. acho muito legal, sempre, o que você decide o que dizer. a forma como diz. nem sei se é sua intenção, mas é positivo pra mim.

    esse momento com o livro do renato russo! nossa, sim, o que seria ter um diário lido enquanto não estamos mais aqui? é uma questão. já me perguntei isso algumas vezes, já que tenho vontade de ler uns diários publicados também haha. será se é falta de caráter? não sei, mas tenho curiosidade. como a gente descobriria que alguém pode ser um pouco como a gente sem ter tido a oportunidade de conhecer? leia o diário dela!!!!!!! é brincadeira, mas é algo a se pensar. evelyn hugo é uma coisa. acho impressionante você ter ido sem saber muito, ou nada, pois eu ainda tento só diminuir a intensidade de vozes que ouvi pra conseguir experimentar (dificilmente esqueço). que bom que aproveitou a leitura!! espero ler um dia.

    acho que é isso, queria comentar outras coisas, mas vou ser boazinha e não te dar mais trabalho pra ler um comentário haha.

    um abraço, Maria <3

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    1. nicole!!! eu quero é agradecer por você demonstrar interesse por e nesse espaço. fica à vontade pra comentar o que quiser, quando quiser, como quiser...eu adoro esse tipo de conversa, inclusive. não é trabalho nenhum. é um prazer! fico feliz que isso aqui chegue em você de um jeito positivo!
      é doido a gente se desconhecer no meio do caminho das coisas, né? e num é impressionante que eu tenha chegado em evelyn hugo sem saber de coisas sobre ela? hahahah muito bom ter com quem compartilhar. já quero saber quais vão ser as tuas leituras nesse ano!

      beijão! <3

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  2. Maria eu não sei se tinha acesso a seu blog, mas fiquei muito feliz de encontrar ele enquanto fuçava sua bio no instagram, e já pus na minha lista, mesmo ele estando desatualizado.
    Eu li esse texto com uma pressa, como se esperasse por alguma coisa. Quando percebi pensei: a gente lê para ouvir, e não para responder. Mas continuei lendo com avidez. Vou começar pelo fim, porque foi uma coisa que me fez olhar para cima de mãos encostadas, e respirar fundo: CAMUS, Camus era o que eu buscava e não sabia! Aliás, eu sabia, mas de outra forma: quis desde o começo te agradecer imensamente por Devotion de Patti Smith (que também está no texto!). Fazia muito tempo - talvez a minha vida toda, como comentei no goodreads - que não lia algo tão bonito. E nem foi pelo Camus somente, mas o conto, O CONTO minha amiga... De uma singeleza brutal. É Devoção mesmo. Devoção o que eu senti. Camus continua sendo o significado mais charmoso dos meus desesperos humanos. E eu lacrimejei com a citação de Allende, eu nunca a li, mesmo esse livro tendo participado do clube de leitura do Querido Clássico recentemente. Se eu lacrimejei com essa citação, esse livro é pra mim também, chega tenho medo.
    E a primeira coisa que queria dizer desde o título: você viu que foi comprovado cientificamente que Neruda foi envenenado? Sim, ele tinha câncer, mas não em estado terminal como era dito. Foi assassinato. Foi ele quem me fez gostar de poesia, e sempre será o maior para mim.
    Você escreve tão bonito, mas tão bonito, que me dá vontade de me enfiar numa biblioteca e ler para sempre. E esse texto (e sua indicação) quebraram uma regra que eu tinha comigo mesma: a de ler apenas os mortos. Os vivos também tem a dizer coisas prestáveis e bonitas.

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